HISTÓRIA: Semana Maldita na Globo

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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

OPINIÃO: Balanço da TV Brasileira em 2016 e o Top 10 dos Mais Assistidos


Esta será a última vez que analisarei no eixo Rio-São Paulo os programas de maior audiência da televisão brasileira, porque o IBOPE passou a publicar, no meio do ano, a audiência das emissoras em escala nacional, mas isso é assunto pra depois. As audiências que eu verifiquei no site Kantar-IBOPE durante o ano de 2016 foram em cima do universo paulista de 6,9 milhões de domicílios e 19,7 milhões de indivíduos e do universo carioca de 4,3 milhões de domicílios e 11,6 milhões de indivíduos, sendo que um ponto de audiência equivale a 1% desses universos de acordo com sua respectiva cidade.
Comparando com o ano anterior, pouca coisa mudou na televisão brasileira em 2016. A Globo, cada vez mais líder do que nunca, manteve sua audiência solidificada com suas novelas (muito bem produzidas e muito bem elogiadas pela crítica e público), seu jornalismo de rede e local muito prestigiado (embora vazio, mastigado e sentimental) e as transmissões de futebol do meio da semana, cujos direitos de transmissão estão cada vez mais inflacionados e "impedindo" indiretamente o trabalho da concorrência, talvez obrigando o público a concordar na marra com a opinião megalomaníaca do seu principal "narrador-torcedor". A Band que o diga, acabou sendo vítima dos tentáculos Globais "alegando" problemas financeiros, sentiu a ausência do seu principal produto, o futebol (se salva as competições europeias), mas chamou a atenção como sempre com seus realities e programas popularescos (policialescos, esportivos e pseudo-humorísticos), sem contar o bom e amadurecido jornalismo, tudo apesar de camuflar uma "crise" administrativa que vem atingindo aos poucos a quase cinquentona da TV. Os proprietários da R... (me recuso a citar o nome de semelhante "emissora-ostentação") ainda pensam "naquilo" para se mostrarem ainda mais com ar de superioridade nazi-fascista, desmoralizando por longas horas seja lá quem for o "difamador" da vez (como se isso fosse um imperdoável caso de polícia) e exigindo o conteúdo que os interessa para efeitos ibopísticos, seja nos telejornais policiais (crimes de fundo de quintal encobrindo as mutretas governistas, os quais eles apoiam abertamente) ou na linha de shows (expondo os dramas dos "esquecidos da mídia", jogando na cara da concorrência), sua dramaturgia nem se fala pois "monopolizou" e detém a "exclusividade moral" dos direitos autorais da Bíblia Sagrada no Brasil graças a sua sacolinha que continua correndo pelo país afora. O SBT quer mesmo é satisfazer seu fã-clube particular, os "SBTistas das redes sociais" que não é nem pequeno e nem tão grande, reprisando à exaustão suas novelas infantis e ainda batendo na tecla de fazer sempre adaptações de textos mexicanos como superstição ibopística (com medo da audiência cair se arriscar em pôr um texto inédito) à cargo da sobrecarregada primeira-dama novelista, sem contar a idolatria perpétua e cada vez mais crescente de seu proprietário nepotista (conhecido também como "boneco de cera"), mas um fenômeno deve ser observado: a ressurreição dos programas de sorteios de prêmios de uma emissora acostumada a entregar de quantias em dinheiro a automóveis zero, provando que tal fórmula, por mais velha que seja, continua mais viva do que nunca, mesmo que explore com tom de exagero os produtos (que não são lá uma Brastemp) pertencentes a seu conglomerado. Já a Rede TV! é um caso perdido, mesmo contando com um esforçado jornalismo e uma relativa cobertura esportiva, ainda insiste na desgastada fórmula da baixaria, nos festivais de vídeos que abundam nas redes sociais e na assustadora vulgarização da imagem do artista brasileiro pra tentar "ganhar da Globo" só em São Paulo, pois a emissora é a que possui menos afiliadas pelo Brasil dentre as cinco redes existentes e só se importa com a capital paulista, mas por outro lado moldou algo que "sabe fazer" no qual presta grande "serviço" ao público: divulgação de notas fúnebres de celebridades, pois mais que seja um figurante de segundo escalão, seu velório ganha cobertura digna de Copa do Mundo, ou seria de Olimpíada? Confiram abaixo, de acordo com uma média de pontuação dos top 5 das cinco redes de televisão, publicadas no site do IBOPE, do eixo Rio-São Paulo, os 10 programas mais assistidos de cada uma delas em 2016:


Top 10 Band:
1) Pânico na Band
2) Masterchef Brasil
3) Jornal da Band
4) Brasil Urgente
5) Futebol Europeu (Liga dos Campeões e Supercopa da Europa)
6) Top Cine
7) Só Risos
8) Eurocopa 2016
9) Campeonatos Estaduais
10) X-Factor Brasil


Top 10 Globo:
1) Jornal Nacional
2) Praça TV - Segunda Edição
3) Totalmente Demais
4) Velho Chico
5) Êta Mundo Bom
6) Haja Coração
7) A Regra do Jogo (últimos capítulos)
8) A Lei do Amor
9) Eliminatórias da Copa
10) Futebol de Quarta (Estaduais, Libertadores, Brasileirão e Sul-Americana)


Top 10 Record:
1) A Terra Prometida
2) Domingo Espetacular
3) Escrava Mãe
4) Jornal da Record
5) Hora do Faro
6) Os Dez Mandamentos - 2ª Parte
7) Programa do Gugu
8) José do Egito (reprise)
9) The Love School - Escola do Amor
10) Balanço Geral Praça


Top 10 Rede TV!:
1) Encrenca
2) A Tarde é Sua
3) Operação de Risco
4) João Kléber Show
5) Te Peguei na TV
6) Mega Senha
7) Superpop
8) Luciana By Night
9) Campeonato Brasileiro Série B
10) Plantão do Rede TV! News (sobre as manifestações anti-Dilma)


Top 10 SBT:
1) Programa Silvio Santos
2) Cúmplices de Um Resgate
3) A Praça é Nossa
4) Carrossel (reprise)
5) Pra Ganhar é Só Rodar
6) Caldeirão da Sorte
7) Chiquititas (reprise)
8) Roda a Roda Jequiti
9) Sorteio da Tele Sena
10) Eliana

Individualmente, os programas de maior audiência de cada emissora foram os mesmos nas duas cidades para Globo, Rede TV! e R... (me recuso a citar o nome de semelhante "emissora-ostentação"). Na emissora-líder, a novela das 19 horas é de fato uma verdadeira mina de ouro e Haja Coração que o diga, conseguiu 38 pontos em São Paulo e 44 pontos no Rio de Janeiro, sagrando-se como a produção de maior audiência do ano. Na Rede TV!, o festival do Whats-App chamado carinhosamente de Encrenca obteve 6 pontos em São Paulo e 4 pontos com 191 mil domicílios ligados no Rio de Janeiro, a ponto de algumas afiliadas suas, como a TV Pampa de Porto Alegre, encher a linguiça o dia inteiro preenchendo buracos na programas com reprises intermináveis do Encrenca. Agora, na R... (me recuso a citar o nome de semelhante "emissora-ostentação"), a novela bíblica Os Dez Mandamentos - 2ª Parte conseguiu 18 pontos de audiência tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro. Para a Rede Bandeirantes e o SBT, foi mais uma vez transparecido as diferentes tendências do telespectador paulista e carioca: o Pânico na Band foi o mais visto pela emissora paulista em São Paulo, com 8 pontos de audiência, enquanto que o reality gastronômico Masterchef Profissionais foi o mais assistido no Rio de Janeiro, conseguindo 7 pontos. No SBT, o show especial de Cúmplices de um Resgate registrou foi sua maior audiência em São Paulo, 15 pontos, pontuação esta também obtida no Rio de Janeiro, com o Programa Silvio Santos, que foi o mais assistido na Cidade Maravilhosa. Quanto as emissoras individuais, aquelas que não possuem ligação com nenhuma grande rede, TV Cultura de São Paulo conseguiu seu recorde de audiência através dos documentários da série Planeta Terra, 3 pontos de audiência; a TV Gazeta de São Paulo obteve 2 pontos de audiência com seu tradicional vespertino Mulheres e a CNT apenas 1 ponto com 30 mil domicílios ligados durante o jornalístico Jogo do Poder.
Os filmes de longa-metragem, dependendo de uma boa divulgação, horário acessível e a produção que for selecionada pelos programadores, continuam rendendo importantes pontos de audiência. Em São Paulo, os filmes com as maiores médias de audiência POR EMISSORA foram: A Era do Gelo 3, cartaz do Cine Record Especial em 13 de janeiro, conquistando 10 pontos de audiência; Pânico no Lago 2, cartaz do Top Cine da Band em 13 de fevereiro, marcando 4 pontos; Carrossel - O Filme, cartaz do Cine Espetacular do SBT em 12 de julho obtendo 12 pontos e o best-seller A Culpa é das Estrelas, cartaz do Tela Quente da Rede Globo em 3 de outubro, arrebatando 26 pontos no IBOPE. No Rio de Janeiro, os longas mais vistos foram esses (pela média por emissora, é claro): As Aventuras de Bailey - A Noite na Cidade, cartaz da Sessão Livre da Band em 2 de janeiro registrando 4 pontos de audiência; O Filho do Máskara, cartaz da Tela de Sucessos do SBT em 9 de dezembro, arrancando 11 pontos; Um Momento Pode Mudar Tudo, cartaz do Tela Quente da Rede Globo em 19 de dezembro, conseguindo 24 pontos e José do Egito - O Filme, cartaz do Cine Record Especial em 30 de dezembro, acolhendo 9 pontos de audiência.
O futebol, como todos os anos, é o grande chamariz de audiência para as emissoras. Apesar da abdicação da Band na transmissões de futebol, alegando "problemas financeiros" e demonstrando sinais de deficiência ibopística, a Globo reinou sozinha na modalidade, quase que "sem concorrência" e deixando o mais humilde tele-torcedor (aquele que não possuem uma TV por assinatura por falta de grana) sem opção. Mantendo o esquema "por emissora", os jogos mais vistos foram estes. Em São Paulo, a partida de ida entre a Roma da Itália e o Real Madrid da Espanha, disputada em 17 de fevereiro, valendo pelas oitavas-de-final da Liga dos Campeões da Europa, rendeu a Band o índice médio de 7 pontos de audiência. Na Globo, uma surpresa, acostumada em acumular recordes de audiência com os times de maior torcida disputando a Copa Libertadores da América e a Copa do Brasil, seu recorde futebolístico paulista foi um jogo da Seleção Brasileira: Brasil e Colômbia, realizado em 6 de setembro em Manaus valendo pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, acumulando 35 pontos de audiência. Já o recorde da Rede TV! foram os minguados 2 pontos de audiência conseguidos durante a transmissão de Vasco e Ceará em 26 de novembro pelo Campeonato Brasileiro da Série B. No Rio de Janeiro, a audiência do futebol foi um pouquinho maior, exceção feita à Rede Bandeirantes, cuja penetração na Cidade Maravilhosa é muito difícil. Conseguiu honrosos 4 pontos de audiência na transmissão da partida entre Polônia e Portugal em 30 de junho, válido pelas quartas-de-final da Eurocopa 2018, disputado na França, com a vitória dos futuros campeões lusitanos (o falso-moralismo do "politicamente correto" me proíbe a chamar os nativos de Portugal de "portugueses", porque chamar alguém de "português" tem a mesma conotação de chamá-lo de "burro", vide as piadas de português que abundam por aí) nas cobranças de pênaltis. Na Globo, outra surpresa, o jogo de maior índice de audiência no Rio não pertence a Seleção Brasileira, como é de praxe, é sim a de um jogo interclubes entre Palmeiras e Flamengo pelo Campeonato Brasileiro da Série A em 14 de setembro, registrando 37 pontos de audiência. Na Rede TV!, a partida entre Bragantino e Vasco pela Série B, realizado em 12 de novembro, rendeu à emissora recompensadores 4 pontos de audiência com 157 mil domicílios ligados. A Série B do Brasileirão foi também transmitida pela TV Brasil, que em 2016 fez uma cobertura esportiva invejável, e foi responsável pelo maior índice de audiência da emissora: 1 ponto de audiência com 55 mil domicílios ligados em 22 de outubro no jogo entre Paraná Clube e Vasco da Gama.
Não podemos esquecer os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que foi a grande atração esportiva do ano. Três emissoras abertas transmitiram o evento: Bandeirantes, Globo e R... (me recuso a citar o nome de semelhante "emissora-ostentação"). E a Globo novamente surpreendeu. Quando todos esperavam que a emissora-líder só ia transmitir as modalidade coletivas e flashes ao vivo das competições individuais deu com os burros n'água, ela apostou numa cobertura total suspendendo a programação normal e transmitindo quase que toda a campanha do esporte brasileiro em busca das medalhas. Em suma, a Globo foi a grande campeã olímpica de audiência, liderando de ponta a ponta: nas transmissões vespertinas marcou uma média nacional de 23 pontos e nas transmissões noturnas atingiu 27 pontos de audiência. Pobre Band, desfalcada de grande profissionais da imprensa esportiva e com um Álvaro José "carregando o piano" da cobertura olímpica como sempre, que até então, graças a sua tradição esportiva, vice-liderava com folga, amargou um terceiro lugar conseguindo apenas 2 pontos da transmissões vespertinas e minguados 2,5 pontos nas transmissões noturnas. Nem mesmo a R... (me recuso a citar o nome de semelhante "emissora-ostentação") comemorou e alardeou sua medalha de prata ibopística, a "Recorja de bispos" do Macedão finalmente se tocou, baixou a bola no meio da Olimpíada e eve que enxugar a quantidade de transmissões diárias pra tentar segurar a já baixa audiência durante o acontecimento preservando ao menos sua programação normal. Valeu a tentativa, mas tudo o que conseguiu foram míseros 5 pontos nas transmissões vespertinas e 6 pontos nas transmissões noturnas. Diante desse cenário vexatório cabe aqui a seguinte pergunta: será que a "Recópia" terá coragem e forças para transmitir, com alardeada exclusividade, os Jogos Pan-Americanos de Lima, Peru, em 2019? Ou revenderá a uma outra emissora em troca de dinheiro (que já começa a fazer falta na emissora, depois que tomou um pesado processo trabalhista por parte do Sindicato dos Radialistas pela terceirização geral de seus setores em 2015)?
No segundo semestre de 2016, o IBOPE passou a divulgar em seu site os índices de audiência das cinco redes através do PNT (Painel Nacional de Televisão), o que já é um grande avanço para a gente sair definitivamente do eixo Rio-São Paulo e observar durante o ano as médias de audiência dos 10 programas mais assistidos das emissoras em 15 cidades brasileiras, ou como diz na linguagem publicitária, os "15 mercados": Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória. Não que eu queira ser chato, mas o instituto deveria arredondar para vinte (20) os "mercados do IBOPE", incluindo também mais essas cinco cidades: Campo Grande, Londrina, Rio Branco, São Luís do Maranhão e Uberlândia, aí daria perfeitamente para analisar o panorama nacional de televisão durante o ano.
Para terminar, de acordo com as pontuações obtidas nos Top 10 da Crowley e do site Hot 100 Brasil, que voltou à ativa, aqui abaixo montei um playlist dos 20 maiores sucessos musicais brasileiros de 2016, para você ouvir e curtir:

Playlist Musical 2016:
1) 50 Reais - Naiara Azevedo
2) Pronto Falei - Eduardo Costa
3) Medo Bobo - Maiara & Maraisa
4) Infiel - Marília Mendonça
5) Sosseguei - Jorge & Matheus
6) Seu Polícia - Zé Neto & Cristiano
7) Que Pena Que Acabou - Gusttavo Lima
8) Romântico Anônimo - Marcos & Belutti
9) 126 Cabides - Simone & Simaria
10) Piração - Paula Fernandes
11) Chuva de Arroz - Luan Santana
12) Bang - Anitta
13) Coração Machucado - Wesley Safadão
14) Na Hora da Raiva - Henrique & Juliano
15) Isso Cê Num Conta - Bruno & Marrone
16) Noite Fracassada - Jads & Jadson
17) Não Me Toca - Zé Felipe
18) Chocolate Quente - Michel Teló
19) Batom Vermelho - Lucas Lucco
20) Amei Te Ver - Tiago Iorc

Fontes: Sites do IBOPE Media, Crowley e Billboard Brasil
Agradecimento especial: Higor Vieira, por passar os nomes dos filmes exibidos na TV